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e mais outras e outras.....

09/07/2012

Sobre Orquídeas .....

Uma das minhas paixões....
Estas belas começaram agora a florir. São muitos os seus botões de flores e vão nascer por muitos meses......

Esta paixão tem sabedoria, poesia, lenda e algumas frases bem interessantes. 


Quem gosta de Rock, será capaz de adivinhar quem fraseou ........

" Orquídeas carnívoras não perdoam ninguém"
É de Kurt Cobain....


O fascínio pelas orquídeas não é de hoje, e conta a lenda...... 


“Ao maior dos reis, leve um buquê de orquídeas”. 

Esta frase é atribuída a uma escrava à rainha de Sabá, preocupada em escolher um presente à altura de Salomão, rei de Israel, por volta do ano 900 a. C. Belkiss, a rainha, teria aceitado de imediato a sugestão da escrava e, assim, conquistou o rei vizinho. Até hoje, nas vilas ao Norte do lago Tana, na Etiópia, vivem cerca de 30 mil judeus chamados Falashas, que se dizem descendentes diretos de Menelik, filho do rei Salomão e da rainha de Sabá (atual Yêmen).






Este provérbio chinês, não é bem interessante ......

"Pinte bambus quando estiver com raiva; orquídeas quando estiver feliz"


Até Carlos Drummond de Andrade fala de orquídeas em...

Como nos enganamos fugindo ao amor!
Como o desconhecemos, talvez com receio de enfrentar
Sua espada coruscante, seu formidável
Poder de penetrar o sangue e nele imprimir
Uma orquídea de fogo e lágrimas.


Entretanto, ele chegou de manso e me envolveu
Em doçura e celestes amavios.
Não queimava, não siderava; sorria.
Mal entendi, tonto que fui, esse sorriso.


Feri-me pelas próprias mãos, não pelo amor
Que trazias para mim e que teus dedos confirmavam
Ao se juntarem aos meus, na infantil procura do outro,
O outro que eu me supunha, o outro que te imaginava,
Quando - por esperteza do amor - senti que éramos um só.


Para finalizar a lenda de como surgiu a orquídea.....

Era uma vez .... 


Vivia na cidade de Anan uma linda jovem chamada Hoan-Lan, que tinha como diversão, fazer seus admirados sofrerem por amor.
Por um sorriso dela, o jovem Kien-Su fez as mais belas joias em ouro e jade. Depois de adornar-se com todos os presentes, a ingrata Hoan-Lan riu-se do rapaz. Desesperado, Kien-Su acabou com a própria vida, jogando-se no Rio Vermelho.
Assim foi com vários pretendentes, como o pintor Nzuyen-Ba, que penetrou selva adentro, Ma-Da, que se envenenou e Cunz-Lie, que enlouqueceu. Todos por terem sido desprezados por Hoan-Lan.


Um certo dia, o poderoso deus das cinco flechas decidiu castigar a maldade da bela mulher. O castigo escolhido foi fazer com que ela se apaixonasse perdidamente pelo belo Mun-Say.


E assim aconteceu: em seu leito de conchas de nácar e sedas bordadas, Hoan-Lan desesperava-se com a indiferença de Mun-Say, que sempre respondia: - Não me interessas, você é como todas as outras, não serve nem para atar as fitas da sandália.

Desesperada, Hoan-Lan foi procurar o deus da montanha de Tan-Vien, no meio de uma noite escura. Ao chegar junto ao trono de ônix do poderoso gênio, ela prostrou-se e implorou: - Salve-me pois sofro muito. Amo Mun-Say e ele me despreza. Então o deus respondeu: - É justo o castigo, porque tens feito o mesmo aos teus apaixonados. Vai-te daqui. Nada conseguirá.


Na saída do templo, Hoan-Lan encontrou-se com uma bruxa de pés de cabra. - Formosa jovem, disse a bruxa, sei que és muito desgraçada. Queres vingar-te de Mun-Say? Vende-me tua alma e juro-te que mesmo que nunca te ame, Mun-Say não amará outra mulher. Hoan-Lan aceitou o contrato. A bruxa fez um feitiço com uma folha de palmeira e enterrou-a. Pronunciou então umas palavras desconhecidas e desapareceu.

Um dia, vendo de longe seu amado Mun-Say, Hoan-Lan correu para ele e, quando se preparava para abraçá-lo, o jovem transformou-se numa árvore de ébano. Nesse momento, apareceu a bruxa que, soltando uma gargalhada, disse a Hoan-Lan. - Dessa maneira, o teu amado, embora nunca te ame, jamais será de outra mulher. - Bruxa infame, exclamou a jovem, que fizeste ao meu adorado? Devolva-me ou mate-me. - Contratos são contratos, replicou a bruxa. Cumpri o que prometi. Tua alma me pertence. E, soltando uma última gargalhada, desapareceu.



Hoan-Lan caiu chorando ao pé da árvore: "Perdoa-me, Mun-Say. Tenha para mim uma só palavra de amor, de indulgência, de compaixão. Não vês como me arrasto a teus pés, como sofro?" Mas a árvore nada respondia. Ela ficou parada ali durante muito tempo. 

Um dia, passou por lá um gênio que se compadeceu de sua dor. Acercando-se dela, colocou um dedo em sua testa e disse: - Mulher, procedeste muito mal, mas tua dor purificou tua alma. Estás perdoada e vai deixar de sofrer. Antes que a bruxa venha buscar tua alma, vou converter-te numa flor. Ficarás sendo, no entanto, esquisita e requintada, revelando o que foi tua vida maldosa. Quem vir tuas pétalas facilmente adivinhará o que foi teu espírito caprichoso, volúvel e cruel, a tua preocupação constante com a elegância. Concedo-te um bem: não te separarás do bem que adoras e viverás de tua seiva, parasita do teu amado. Enquanto o gênio falava, a túnica rósea de Hoan-Lan ia empalidecendo e tomando uma delicada cor lilás. Os olhos da jovem brilhavam como pontos de ouro e suas carnes tomaram a tonalidade de nácar. Os seus formosos braços enrolaram-se na árvore, numa derradeira súplica. E foi assim que apareceu a primeira orquídea no mundo.